Hormônios podem estar associados à obesidade

Março 23, 2018
Hormônios podem estar associados à obesidade

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A obesidade segue aumentando progressivamente. A Organização Mundial de Saúde aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.

A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. No Brasil, a obesidade vem crescendo cada vez mais. Alguns levantamentos apontam que mais de 50% da população está acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade. 
Melhorar a  alimentação e fazer mais exercícios físicos serão sempre os passos fundamentais para obter a tão desejada perda de peso, em contrapartida, os desequilíbrios hormonais podem contribuir para um aumento significativo do peso. A seguir veremos alguns desses desequilíbrios, suas causas e consequências.
Com a descoberta de substâncias químicas que regulam o apetite, a sensação de saciedade e a fabricação de tecido adiposo, a comunidade médica convive com novas hipóteses para o ganho e a manutenção de peso, além da já aclamada relação consumo x gasto calórico. Conheça então alguns hormônios que estão associados à obesidade:

Insulina:  A função deste hormônio é fazer a glicose ser estocada nas células, para posteriormente ser fonte de energia para  organismo realizar suas funções vitais. Portanto, com o excesso do hormônio, mais glicose é estocada, e a glicose ‘extra’ se transforma em tecido adiposo (gordura).

Hormônios da tireoide: Como regulam a velocidade do metabolismo, a deficiência desses hormônios pode tornar a atividade metabólica mais lenta e, por consequência, diminuir o gasto de energia do corpo. O hipotireoidismo é uma doença muito comum, atinge mais as mulheres e por diversas causas, leva a glândula da tireoide a diminuir a produção destes  hormônios, resultando numa diminuição da produção de calor, da eliminação de água e da queima calórica, entre outros efeitos. Com isso, o indivíduo pode ganhar peso.

Cortisol: Estudos mostram que o excesso de cortisol no sangue dificulta a quebra da gordura e facilita a síntese de gordura nas células. Também leva a um quadro de resistência à insulina, levando ao aumento dos níveis deste hormônio também. Isto acarreta aumento da produção de gordura visceral, aquela que se acumula na barriga,l que sabidamente é a gordura mais perigosa para a saúde. Se os períodos de estresse forem esporádicos, nada acontecerá, mas se na maioria do tempo a pessoa vive sob estresse crônico, isso poderá influenciar no peso.

Leptina: Este hormônio produzido pelas células do tecido adiposo tem efeito supressor do apetite, mandando um recado ao cérebro informando-o de que há energia suficiente estocada, pronta para ser gasta, e que por isso o indivíduo não precisa comer mais. Pessoas obesas possuem grandes quantidades de leptina, mas o problema é que desenvolvem resistência a função deste hormônio, logo, tem a sensação de saciedade no cérebro prejudicada.

Grelina:  Tem efeito contrário ao da leptina, pois estimula a fome. É produzido no estômago, num local chamado fundo gástrico, o que explica por que pessoas que se submeteram à cirurgia bariátrica, ou seja, retiraram essa parte do estômago, passam a ter menos fome e emagrecem.

Menopausa e Andropausa : A queda dos hormônios sexuais também levam ao acúmulo de gordura abdominal e ainda, a diminuição da massa muscular. 

Anticoncepcionais : alguns anticoncepcionais podem levar ao aumento de peso pelo fato de inibirem a produção e a ação de hormônios importantes para o metabolismo, ou seja, indiretamente podem favorecer o ganho de peso.

Portanto, concluímos que obesidade é uma doença multifatorial, envolvendo fatores psicológicos, metabólicos, nutricionais, hormonais e de hábito do paciente e por isso exige uma abordagem extensa e variada. Investigar a existência de distúrbios hormonais é um passo fundamental para formular o tratamento mais adequado.
Importante ressaltar que mesmo tendo distúrbios hormonais, o paciente precisará manter uma dieta equilibrada, projetada de acordo com suas necessidades específicas. Mudanças de estilo de vida sempre serão o principal pilar no tratamento da obesidade.

Dra. Viviane Molinos - CRM 132284
Médica na Clínica Azzi -  Alameda Terracota, 250 - CJ 304 - Cerâmica - (011)4224-2000 - www.clinicaazzi.com.br

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