Arte pelo povo da rua: artista Jeff Vasques apresenta espetáculo e oficina inspirados em pessoas em situação de rua

Agosto 09, 2024
Arte pelo povo da rua: artista Jeff Vasques apresenta espetáculo e oficina inspirados em pessoas em situação de rua

Galeria de Imagens

Arte pelo povo da rua: artista Jeff Vasques apresenta espetáculo e oficina inspirados em pessoas em situação de rua

 O cotidiano “invisível” das pessoas em situação de rua é o mote das apresentações virtuais do “Circo da Miséria: o maior desespetáculo da Terra, do artista Jeff Vasques, projeto realizado pelo interior do estado de São Paulo com o apoio do edital PROAC. Em Santo André, o projeto ocorre em parceria com a EMEIEF Vereador Manoel de Oliveira, com apresentação e oficina no dia 13 de agosto às 19h30, e com o Centro Público de Formação Profissional Armando Mazzo, com apresentação no dia 10 de setembro, às 19h30. 

 O “Cerco da Miséria” - A enorme desigualdade presente no Brasil, com seu alarmante número de pessoas em situação de rua (111 mil, segundo IBGE), está no eixo motivador desse “desespetáculo”. O desemprego, a falta de moradia e de acesso a serviços de educação e saúde de qualidade são causas centrais que levam as pessoas para a rua. Ali, são falsamente rotulados de violentos, preguiçosos, imorais, o que faz com que os passantes ajam com indiferença ou violência: a cada hora, duas pessoas em situação de rua são violentadas no Brasil e, a cada dois dias, uma é morta, segundo dados do Ministério da Saúde. Agora, durante a pandemia, é o segmento da população mais vulnerável ao coronavírus, já que não tem como se manterem em isolamento, nem acesso a condições mínimas de higiene.

 A arte e a educação, apesar de sozinhas não serem suficientes para a superação da miséria, ajudam a reverter a indiferença, permitindo que as pessoas se sintam no lugar do outro, os comovendo e provocando para uma ação coletiva transformadora. É um pouco do que se pretende com essa apresentação:  romper o atual cerco miserável e fazer do mundo mais circo!

 O “Circo da Miséria” - No "Circo da Miséria", Magrólhos, esse palhaço “vagamundo”, perambula como um mambembe por ruas e praças, armando seu circo diário por sobrevivência diante do desrespeitável público passante. A partir dos restos da humanidade, do lixo, cria maravilhas em busca de um simples olhar ou de um trocado, fazendo-se dançarino, malabarista, acróbata, mágico e o que mais for necessário para domar seus leões, para se fazer um pouco mais visível e humano. Ora provocando risos, ora comovendo, Magrólhos seduz os espectadores com sua imaginação a adentrarem seu Circo da Miséria, convidando-os a ver sua realidadeinaceitável, a compartilhar indignação e solidariedade.

 Construído a partir de oficinas artísticas ministradas pelo artista Jeff Vasques para a população em situação de rua, em 2015, via parceria com o Centro Pop de Campinas. As histórias, lutas e olhares do povo da rua dirigem o Circo da Miséria. A utilização da linguagem do palhaço vagabundo foi decorrência natural da temática. Esse tipo depalhaço, que vive em situação de rua (como Carlitos, de Charles Chaplin; Chaves, do seriado mexicano) usa da criatividade e de sua esperteza para garantir sua sobrevivência, nos lembrando que por trás das roupas surradas há um ser humano como qualquer outro.

 A apresentação é sempre seguida de um bate-papo para desfazer preconceitos sobre o povo da rua e, também, fazparte do projeto, a realização da oficina “A miséria e o palhaço vagabundo”, para debater a origem e função desse tipo de palhaço. O projeto já passou por diversas cidades do estado e segue “rodando” ainda virtualmente até o meio de dezembro.

 Ficha Técnica:

 “Circo da Miséria: o maior desespetáculo da Terra!”

Realização: Edital PROAC 11/2023 – Sec. de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo

Duração: 50 minutos

Classificação: livre

Criação e atuação: Jeff Vasques (palhaço Magrólhos)

Orientação cênica: Luciane Olendzki; Sérgio Carozzi

Assistente de direção: Taiane Raffa

Figurino: Consuello Matroni e Jeff Vasques

Compartilhe:
Copyright © 2024 Jornal da Região.Todos os direitos reservados.