Ali, além da apresentação da arte marcial originária da China com representantes da delegação brasileira, foi conhecida a mascote da competição: o filhote de pinguim fêmea, nascido há sete meses no pinguinário da Sabina e pertencente à família Magalhães. Dos 24 moradores, dos quais 13 fêmeas e 11 machos, a escolhida foi a mais nova da turma e a única nascida no local.
“Queremos divulgar ao mundo o nascimento em solo brasileiro, mais especificamente em Santo André, de nossa mascote”, afirmou Fábio Penha Guerra, diretor do Departamento de Lazer, vinculado à Secretaria de Esporte e Lazer. A partir de agora, a mascote estará estampada não só na logomarca do torneio, mas passa a circular por eventos e equipamentos esportivos da cidade para divulgação do Pan-Americano. “Claro que com uma pessoa caracterizada de pinguim”, brincou Guerra.
Mascote à parte, a expectativa é grande por parte dos representantes da modalidade. Vindo especialmente de Porto Alegre (RS) para a cerimônia bem menos formal, o diretor técnico da Confederação Brasileira de Kung Fu, Renato Feijó, agradeceu pela oportunidade da realização de um evento internacional em Santo André. Hoje, são cerca de 40 mil praticantes do esporte – para os orientais, considerado uma arte e não uma luta.
Segundo Feijó, a batalha continua em levar o kung fu para as Olimpíadas de 2024, uma vez que a confederação não obteve êxito nas duas que virão – no Brasil (Rio de Janeiro) em 2016; no Japão (Japão), em 2020. “Tem aumentado o número de adeptos”, disse o dirigente, que apontou ter hoje 1.200 atletas da modalidade no Rio Grande do Sul.
PIONEIRA - Sobre a escolha por Santo André, o presidente do Comitê Organizador do Pan-Americano, Luiz Leonardo de Sousa, apontou que o município foi o primeiro do País a ter uma academia de artes marciais. Fundada em 1969 no número 72 da Rua Catequese, nove anos depois da chegada dos mestres chineses ao Brasil, a instituição ainda existe. Só que em outro endereço: na Rua Santo André. “Sem dúvida, que a nossa responsabilidade é bem maior agora”, afirmou Sousa, ao ser questionado sobre a importância da realização de um evento esportivo internacional na cidade.
O que foi compartilhado por Nicoli de Souza, 17 anos, integrante há dois anos da Seleção Brasileira. Em breve, a atleta viaja para China, onde participará de sua primeira competição internacional: o Mundial de Kung Fu, de 19 de outubro a 12 de novembro. Sobre o Pan-Americano em território brasileiro, principalmente na cidade onde treina diariamente, não poderia ser melhor. “Acho que será muito bom para aumentar o número de praticantes, principalmente de mulheres”, apontou, ao se queixar que encontra dificuldades na preparação física e técnica. “Só treino com homens”, brincou.
Entre eles, o pequeno Rodrigo Ferreira Francisco, 10 anos, estudante e morador na Vila Lucinda, em Santo André, que trocou a natação pelo kung fu, e disse não ter se arrependido do esporte, que na China é chamado de wushu. Rodrigo fez parte do grupo de seis alunos/atletas, que se apresentou nesta tarde.
A secretaria de Esporte e Lazer de Santo André, Marta Sobral, aprovou. Como ex-jogadora olímpica da Seleção Brasileira de Basquete, ela quer ver o ginásio do Dell’Antonia lotado. “É esse o desejo de todo atleta. O campeonato será bacana e deixará nossa cidade mais feliz. Saberemos receber e que todos sejam bem-vindos”, afirmou.