Os números incluem ainda 131 internações, entre pré e pós-operatório, segundo a enfermeira Luciana Cristina da Silva, coordenadora da Enfermagem do Bloco Cirúrgico do CHM. A idade dos pacientes variou entre 25 e 67 anos, a maioria do sexo masculino. As demais cirurgias no Hospital Dia, realizadas de 4 a 20 de maio – com exceção dos sábados e domingos, foram de cálculo renal, fimose, vasectomia e pequenos procedimentos de plásticas corretivas.
“O número de internações é maior que o de procedimentos realizados, uma vez que o Hospital Dia está fazendo o pré-operatório das cirurgias eletivas (aquelas que são agendadas e não consideradas de urgência) do Centro Cirúrgico, instalado no terceiro andar do prédio”, explicou o médico Carlos Eduardo Rodante Corsi, coordenador do Bloco Cirúrgico, que inclui o novo serviço oferecido pelo CHM.
O Hospital Dia possui duas salas cirúrgicas para realização dos procedimentos, entre eles, hérnias, varizes e hemorróidas, além de 11 leitos. O espaço, que abrigou o centro obstétrico no passado e transferido em 2008 para o Hospital da Mulher, estava desativado. A área abriga ainda duas salas para realização dos exames de endoscopia, com alta demanda entre os agendamentos na rede municipal de saúde.
A revitalização da área, com direito à sala de espera aos familiares, foi aprovada pela cuidadora Maria Rosa e Silva, 50 anos, atualmente sem emprego e moradora na Vila Junqueira, em Santo André, que acompanhava a filha Elisângela Silva de Alencar, 26 anos, com deficiência mental leve. “Achei uma maravilha. Como dizem por aí, ficou um chiquê”, disse, admirada, a dona de casa. A paciente foi internada às 6h30, passou por procedimento cirúrgico às 9h, e teve alta exatamente às 15h. “Gostei e achei interessante. É bom continuar assim”, disse Elisângela, que, por conta de algumas limitações físicas, costuma frequentar o complexo hospitalar.
Para o coordenador do Hospital Dia, primeiramente, o novo serviço facilitou o manuseio interno dos pacientes da internação até a alta hospitalar. A ideia da direção do CHM é aumentar em até 20% a capacidade, além de diminuir a fila de espera de pessoas que aguardam procedimentos eletivos – o complexo hospitalar é porta aberta para qualquer paciente do SUS (Sistema Único de Saúde), principalmente dos casos de urgência e emergência e de vítimas de acidentes de trânsito. Estima-se que sejam realizadas em torno de seis mil cirurgias por ano.
Outro benefício, segundo Corsi, ficou por conta de procedimentos mais atuais e seguros, como é o caso das cirurgias por videolaparoscopia, que passaram a ser realizadas e eram antigo desejo do corpo médico. O sistema consiste na introdução de microcâmera e do instrumental cirúrgico através de tubos, devidamente colocado por pequenas incisões na região do umbigo. A recuperação do paciente torna-se mais rápida às atividades diárias, além de ser uma cirurgia minimamente invasiva.
PIONEIRO – O CHM é o primeiro equipamento público municipal a oferecer essa modalidade de atendimento ao usuário do SUS. Em Santo André, o Hospital Estadual Mário Covas e o AME (Ambulatório Médico de Especialidades), ambos do governo do Estado, possuem o serviço de cirurgias eletivas rápidas (sem urgência) e de internação parcial.
No Grande ABC, a mesma filosofia está empregada no Hospital de Ensino Anchieta (São Bernardo) e no Hospital Quarteirão da Saúde (Diadema). “O CHM oferece ao paciente um espaço diferenciado de internação fora do padrão de hospital público”, apontou Corsi, cirurgião especialista do aparelho digestivo.