Hospital Dia realiza 60 cirurgias em menos de 15 dias de funcionamento

Mai 21, 2015

Após quase 15 dias de abertura da unidade de HD (Hospital Dia) do CHM (Centro Hospitalar Municipal), ex-Santa Casa, foram realizados, até o dia, 60 procedimentos, dos quais, nove de visículas por videolaparoscopia, processo minimamente invasivo ao paciente. O novo serviço público, instalado no segundo andar, oferece cirurgias de pequena e média complexidade e a pessoa permanece internada por até 24 horas.

 

Os números incluem ainda 131 internações, entre pré e pós-operatório, segundo a enfermeira Luciana Cristina da Silva, coordenadora da Enfermagem do Bloco Cirúrgico do CHM. A idade dos pacientes variou entre 25 e 67 anos, a maioria do sexo masculino. As demais cirurgias no Hospital Dia, realizadas de 4 a 20 de maio – com exceção dos sábados e domingos, foram de cálculo renal, fimose, vasectomia e pequenos procedimentos de plásticas corretivas.
“O número de internações é maior que o de procedimentos realizados, uma vez que o Hospital Dia está fazendo o pré-operatório das cirurgias eletivas (aquelas que são agendadas e não consideradas de urgência) do Centro Cirúrgico, instalado no terceiro andar do prédio”, explicou o médico Carlos Eduardo Rodante Corsi, coordenador do Bloco Cirúrgico, que inclui o novo serviço oferecido pelo CHM.
O Hospital Dia possui duas salas cirúrgicas para realização dos procedimentos, entre eles, hérnias, varizes e hemorróidas, além de 11 leitos. O espaço, que abrigou o centro obstétrico no passado e transferido em 2008 para o Hospital da Mulher, estava desativado. A área abriga ainda duas salas para realização dos exames de endoscopia, com alta demanda entre os agendamentos na rede municipal de saúde.
A revitalização da área, com direito à sala de espera aos familiares, foi aprovada pela cuidadora Maria Rosa e Silva, 50 anos, atualmente sem emprego e moradora na Vila Junqueira, em Santo André, que acompanhava a filha Elisângela Silva de Alencar, 26 anos, com deficiência mental leve. “Achei uma maravilha. Como dizem por aí, ficou um chiquê”, disse, admirada, a dona de casa. A paciente foi internada às 6h30, passou por procedimento cirúrgico às 9h, e teve alta exatamente às 15h. “Gostei e achei interessante. É bom continuar assim”, disse Elisângela, que, por conta de algumas limitações físicas, costuma frequentar o complexo hospitalar.
Para o coordenador do Hospital Dia, primeiramente, o novo serviço facilitou o manuseio interno dos pacientes da internação até a alta hospitalar. A ideia da direção do CHM é aumentar em até 20% a capacidade, além de diminuir a fila de espera de pessoas que aguardam procedimentos eletivos – o complexo hospitalar é porta aberta para qualquer paciente do SUS (Sistema Único de Saúde), principalmente dos casos de urgência e emergência e de vítimas de acidentes de trânsito. Estima-se que sejam realizadas em torno de seis mil cirurgias por ano.
Outro benefício, segundo Corsi, ficou por conta de procedimentos mais atuais e seguros, como é o caso das cirurgias por videolaparoscopia, que passaram a ser realizadas e eram antigo desejo do corpo médico. O sistema consiste na introdução de microcâmera e do instrumental cirúrgico através de tubos, devidamente colocado por pequenas incisões na região do umbigo. A recuperação do paciente torna-se mais rápida às atividades diárias, além de ser uma cirurgia minimamente invasiva.
PIONEIRO – O CHM é o primeiro equipamento público municipal a oferecer essa modalidade de atendimento ao usuário do SUS. Em Santo André, o Hospital Estadual Mário Covas e o AME (Ambulatório Médico de Especialidades), ambos do governo do Estado, possuem o serviço de cirurgias eletivas rápidas (sem urgência) e de internação parcial.
No Grande ABC, a mesma filosofia está empregada no Hospital de Ensino Anchieta (São Bernardo) e no Hospital Quarteirão da Saúde (Diadema). “O CHM oferece ao paciente um espaço diferenciado de internação fora do padrão de hospital público”, apontou Corsi, cirurgião especialista do aparelho digestivo.

 

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