Paranapiacaba começa a ser restaurada

Mai 29, 2015

Os moradores e visitantes de Paranapiacaba notarão algumas mudanças na paisagem local.

É que tiveram início os trabalhos de restauro que prometem transformar a vila ferroviária. As obras começam pela biblioteca, a garagem das locomotivas, os galpões das oficinas de manutenção e o almoxarifado da antiga ferrovia. Outros espaços, como o campo de futebol, a sede da antiga Sociedade Recreativa Lyra da Serra, uma casa na região do Hospital Velho e o grupo de 242 imóveis da Vila Martin Smith também devem ter o início da recuperação ainda no primeiro semestre deste ano. As obras contam com financiamento do Governo Federal, no total de R$ 41 milhões, por meio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas.
O secretário de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque andreense, Ricardo Di Giorgio, comenta a importância da obra “A Vila de Paranapiacaba, nosso maior Patrimônio Cultural, Arquitetônico, Histórico e Ambiental, nunca recebera um investimento dessa importância desde 1946 quando houve o término do período de concessão aos Ingleses. A partir de agora quando nossa Vila entra de vez em uma nova e importante fase da sua história, temos muito a fazer mas também o que comemorar”, afirmou.
De acordo com os projetos, o restauro da biblioteca e do almoxarifado devem ser concluídas até o início de 2016. Quando finalizadas as obras, a biblioteca volta a atender os moradores e visitantes. Já o almoxarifado abrigará o “Bar da Zilda”, cujo atual prédio de alvenaria será demolido. Já a garagem das locomotivas e os galpões das oficinas de manutenção têm previsão de término para dois anos. O primeiro local será utilizado como estação para a recepção dos passageiros do Expresso Turístico que liga a estação da Luz à Vila aos domingos. Os galpões das oficinas manterão dois dos galpões para as oficinas de marcenaria já instaladas no local; outros dois servirão como espaço multiuso.
Outros projetos - O restauro do campo de futebol do Serrano Athletic Club, clube de futebol da Vila fundado em 1903, um dos primeiros com medidas oficiais em todo o Brasil, garantirá novos vestiários e arquibancadas, além de um palco que poderá ser utilizado como espaço para shows.
A sede da Sociedade Recreativa Lyra da Serra resgatará a sala de cinema que funcionou no local no início do século XX, uma das primeiras em todo o Brasil. Também estão previstos a reconstrução do imóvel incendiado na região do Hospital Velho e o restauro e pintura de um grupo de 242 imóveis da Vila Martin Smith. A previsão é que o conjunto de melhorias seja finalizado num prazo de 36 meses após o início das obras.

 

Santo André é uma das 44 cidades brasileiras contempladas com recursos de R$ 1 bilhão do PAC Cidades Históricas – Em janeiro de 2013, durante o 2º Encontro Nacional dos Novos Prefeitos, em Brasília, o governo federal, por meio do Ministério da Cultura e do Planejamento, anunciou a destinação de R$ 1 bilhão do PAC Cidades Históricas para a revitalização de 44 cidades tombadas pelo patrimônio histórico nacional. A inclusão de Santo André foi uma das conquistas do prefeito Carlos Grana, presente ao encontro. Na oportunidade, o chefe do Executivo adiantou que seria elaborado um “projeto ousado”.

 

Após o retorno de Brasília, o prefeito esteve em Paranapiacaba para anunciar pessoalmente a importante conquista para a Vila ferroviária da cidade. Acompanhado por vários secretários, à ocasião, conversou com moradores e empreendedores e conheceu alguns dos projetos já aprovados, apresentados pelo secretário de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense, Ricardo Di Giorgio. As planilhas com as propostas de restauro foram enviadas ao corpo técnico do Iphan, em Brasília, no dia 18 de fevereiro.

 

Os recursos para investimentos na Vila foram anunciados pela presidenta Dilma Roussef em agosto de 2014 durante reunião realizada na cidade mineira de São João Del Rei com os prefeitos das 44 cidades contempladas.

 

História - A Vila de Paranapiacaba, localizada a cerca de 50 km da capital, surgiu a partir de 1860, com a instalação do acampamento dos trabalhadores da construção da primeira ferrovia do Estado de São Paulo, que ligaria o porto de Santos ao planalto. A ferrovia entrou em funcionamento em fevereiro de 1867, dando um grande impulso na economia com o aumento do volume do transporte do café, até então transportado no lombo de burro numa viagem que poderia demorar vários dias.

 

O patrimônio tecnológico e entorno da vila, composto por remanescentes da Mata Atlântica, foram tombados em 1987 pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo), em 2002 pelo Iphan e, no ano seguinte, na esfera municipal, pelo Condephapaasa. Localizada no território de Santo André, a Vila foi adquirida pela Prefeitura em 2002. Desde então, a Administração se preocupa em cuidar deste patrimônio histórico e ambiental.

 

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