Com sede no Anfiteatro David Uip, o encontro foi prestigiado por médicos, docentes, alunos e residentes da instituição, entre outros participantes.
O convite para a reunião científica especial da Cardiologia partiu do próprio professor titular da cadeira, Dr. Antonio Carlos Palandri Chagas. “Além de amigo pessoal, o Dr. Bráulio é um grande amigo da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Ficamos muito felizes em tê-lo na Faculdade de Medicina do ABC para expor um tema tão importante, que é a carreira médica na atualidade”, considerou Dr. Antonio Carlos Chagas.
CONVIDADO ILUSTRE - Professor livre-docente de Cardiologia da Escola Paulista de Medicina / Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), Dr. Bráulio Luna Filho está à frente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo na gestão 2015-2016. O extenso currículo acadêmico traz ainda especialização em Cardiologia Não-Invasiva na Universidade de São Paulo (USP), doutorado em Medicina (Cardiologia) na Unifesp e pós-doutorado na Harvard Medical School. Também foi presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) entre os anos 2006 e 2007.
Durante a palestra “Reflexões sobre a carreira médica atual”, o convidado procurou apresentar a profissão de maneira ampla, com estatísticas regionais, comparações com outros países e peculiaridades brasileiras que tornam a carreira médica ainda mais desafiadora. Segundo Dr. Bráulio Luna Filho, hoje são cerca de 400 mil médicos no Brasil, mas estão “muito mal distribuídos no país, com centralização na região Sudeste”.
Quase metade dos médicos brasileiros têm três ou mais vínculos de trabalho. Do total de médicos, 59% são especialistas e 41% generalistas – o que é uma tendência mundial. “O médico brasileiro trabalha muito, com média de carga horária entre 40 e 60 horas por semana”, afirmou o presidente do Cremesp, que também abordou a questão salarial: “A média salarial do médico no Brasil está abaixo da América do Norte, onde os profissionais são muito bem remunerados, mas assemelha-se à da França e à da Inglaterra, por exemplo. Na verdade, quando ouvimos um médico dizer que ganha pouco, na verdade, está dizendo que ganha pouco frente ao grande volume de trabalho”.
Em relação à inserção no mercado de trabalho, hoje a maioria dos médicos – 51,5% –atua concomitantemente nos setores público e privado. Somente 21,6% mantêm dedicação exclusiva ao setor público e 26,9% ao privado.