Com menos de 90 dias de governo, a dívida de curto prazo caiu mais de 38%, de R$ 325 milhões para R$ 200 milhões. A redução foi possível graças às diversas ações que integram o choque de gestão adotado pela administração. Entre as iniciativas estão o corte de secretarias e cargos comissionados, cancelamento do Carnaval, contingenciamento do orçamento e a revisão dos contratos de prestação de serviço.
“As obrigações em curto prazo são as dívidas diárias para o funcionamento básico da Prefeitura. Nela estão inclusos os pagamentos de aluguéis, roçagem e compra de medicamentos, por exemplo. Retirando as áreas carimbadas, todos os serviços da cidade estavam com pagamento em atraso. Com essa redução que alcançamos, estamos retomando o poder de investimento da cidade e a credibilidade do Executivo com seus fornecedores, mostrando que estamos dispostos a resolver problemas ignorados por várias gestões”, explicou o prefeito Paulo Serra, que apresentou os dados ao lado do secretário de Finanças, José Carlos Grecco.
Uma das principais preocupações da atual gestão diz respeito ao montante da dívida de longo prazo, que chega a R$ 2,47 bilhões, o que torna Santo André um dos municípios proporcionalmente mais endividados do Brasil. “Se considerarmos esse montante, somando os 25% destinados à Educação, 15% para Saúde e a folha de pagamento dos funcionários, temos quase todo o orçamento municipal comprometido. Foi necessário agir reduzindo gastos e buscando recursos para atender projetos, como fiz indo nesta semana a Brasília”, completou Serra.
Precatórios - O prefeito também falou sobra a situação dos precatórios, que já passam de R$ 1,7 bilhão e que representam a maior parcela das dívidas de longo prazo do município. A Prefeitura pagou R$ 14 milhões que deveriam ter sido quitados pela gestão anterior e tem mantido diálogo permanente com o Tribunal de Justiça de São Paulo para equacionar o passivo de forma que não comprometa as finanças da cidade.
“Para evitar o sequestro da receita, tivemos que pagar R$ 14 milhões de dívidas judiciais herdadas da gestão anterior. Uma coisa é negociar diretamente com fornecedores, outra é negociar com o Tribunal de Justiça do Estado. A Prefeitura quer honrar seus pagamentos de longo prazo. Uma demonstração disso foi que a administração aumentou a alíquota sobre a Receita Corrente Líquida destinada à quitação dos precatórios, que passou de 3,8% para 5% ao mês” afirma o prefeito de Santo André.