Indústria Química apresenta desafios e o panorama para o setor no Grande ABC

Outubro 03, 2023
Indústria Química apresenta desafios e o panorama para o setor no Grande ABC

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O auditório Braskem, em Santo André, recebeu nesta segunda-feira (02/10) o seminário “Futuro da Indústria Química no ABC”. A atividade reuniu representantes dos governos municipais, governo federal, parlamentares, empresas, classe trabalhadora, universidade e associações para ouvir as necessidades, dificuldades e desafios enfrentados pelas indústrias do setor.

A relevância da Indústria Química para o Brasil, estado de São Paulo e ABC foi o ponto de partida para o debate realizado pela Agência de Desenvolvimento Econômico. A necessidade da cooperação entre os diversos setores da sociedade é necessária para enfrentar o encolhimento do setor, que apresenta déficit na balança comercial (US$ 63 bilhões em 2022) e queda no número de empregos, conforme apresentado pela Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) e DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Para o presidente da Agência, Aroaldo da Silva, a atividade fortalece o objetivo do estabelecimento de um Pacto Regional. “A partir das tendências, refletimos como vamos atuar com o Polo e com as demais indústrias no setor instaladas na região. E o mais importante, ouvimos as empresas para definirmos ações e organizarmos o Pacto pelo Futuro da Indústria na região”, comentou o presidente.

A Frente Parlamentar em apoio à Indústria Química e Farmacêutica de SP esteve atenta às demandas e na articulação por soluções. “A Indústria Química sofre um grande ataque. Essa reunião é muito importante para que possamos dar as mãos e não só salvar o setor, mas fortalecer cada vez mais a Indústria das Indústrias”, comentou o deputado estadual e presidente da Frente, Luiz Fernando. Também participou o deputado Rômulo Fernandes e a deputada Ana Carolina Serra, que integram a Frente.

Entre os desafios apontados pelas empresas, está a necessidade de Leis de Zoneamento, da adequação dos planos diretores nas cidades visando a segurança jurídica do Polo Petroquímico do ABC e outras áreas industriais. “Se não tivermos em nossos planos diretores a restrição de construções verticais próximas ao Polo, corremos o risco desta planta ir embora da região. Daí, não adianta um debate como este se não tivermos mais o Polo aqui no futuro”, comentou o prefeito de Mauá e presidente do Consórcio ABC, Marcelo Oliveira.

O aumento nas importações no setor também dificulta a competitividade. “Estamos sofrendo um forte ataque de produtos químicos feitos em outros países. Registramos um aumento de quase 70% no volume de produtos químicos importados, gerando uma queda de preço de 30%”, comentou o Presidente da Abiquim, André Passos. A diretora de Relações Institucionais da Braskem, Renata Bley, também detalhou sobre esse encolhimento: "Nós temos encolhido ano após ano. Como é de conhecimento, não existe um país sem uma Indústria Química forte, pois estamos na base de todos os segmentos, sem exceção”, disse.

O governo federal mostrou preocupação com o setor. "Após a restauração do Conselhão, a nossa missão é fomentar a discussão com diversos atores que atuam no desenvolvimento, e entendemos que a presença do governo federal neste seminário é uma extensão desse trabalho", comentou o assessor da Secretaria-Executiva do Conselho Econômico, Social Sustentável, Tiago Nicácio Pereira.

“É necessário ouvirmos empresários para entendermos a necessidade e darmos sequência a esse trabalho junto aos governos, movimento sindical para construirmos uma Indústria forte", detalhou o presidente do Sindicato dos Químicos do Grande ABC, José Evandro Alves da Silva. “É um momento histórico ver tantas autoridades discutindo o Polo, encontro fruto de um Comitê Gestor que discute soluções”, disse o gerente-executivo do COFIP ABC (Comitê de Fomento Industrial do Polo do ABC), Francisco Ruiz.

Entre os encaminhamentos da atividade, está a conexão do debate com as políticas industriais que estão sendo articuladas nos governos estadual e federal, assim como com as políticas de Arranjos Produtivos Locais nos municípios. O debate da inovação e um programa consistente fruto de um Pacto entre as universidades também está entre as demandas, assim como a discussão de um Plano Regional de Mobilidade para debater questões logísticas e de infraestrutura. Formação, qualificação profissional, debater a infraestrutura de instalações elétricas, reconhecimento de Polos industriais, revisar prazos de renovação de licenciamentos, sustentabilidade ambiental e fortalecer a governança regional são outros itens que devem ser encaminhados pelos atores.

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