A ação em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde ocorreu no Poupatempo de São Bernardo,e foi responsável por 2.109 exames bucais e 130 encaminhamentos para atendimento especializado.
Em seis anos de campanha foram avaliados 11.965 pacientes, dos quais 886 apresentaram lesões orais e foram encaminhados para esclarecimento diagnóstico junto à equipe de dentistas do Centro de Especialidades Odontológicas de São Bernardo. Casos com lesões que podem se transformar em câncer ou com suspeita de serem malignas são encaminhados ao ambulatório da disciplina de Cabeça e Pescoço no Hospital Anchieta – referência no município para esse tipo de assistência – para melhor investigação, diagnóstico e tratamento.
Diagnóstico tardio - Cerca de 80% dos pacientes com câncer de boca que procuram serviços de diagnóstico e tratamento já se estão em estágio avançado de câncer bucal, segundo o boletim da Pro-Onco (Ministério da Saúde). Nesse caso, a probabilidade de cura é menor e o tratamento é mais complexo, levando a disfunções na deglutição de alimentos e na fala, além de deformidades estéticas. Isso gera mais gasto para o paciente e para a sociedade.
No grupo de risco estão homens com mais de 40 anos, fumantes e com abuso de álcool. A professora da FMABC e médica coordenadora dos serviços da área, Dra. Jossi Ledo Kanda, cita também entre as causas o mau estado de conservação dos dentes e próteses dentárias mal-ajustadas. Entre as atitudes de prevenção estão evitar o fumo e o álcool, não se expor ao sol sem proteção (câncer do lábio), promover higiene bucal mantendo os dentes em bom estado, além de fazer pelo menos uma consulta odontológica de controle a cada ano e adotar dieta saudável, rica em vegetais e frutas.
Os sinais de alerta podem ser identificados em feridas na boca que não cicatrizam em duas semanas, ulcerações superficiais indolores (podendo sangrar ou não), manchas esbranquiçadas nos lábios ou na mucosa bucal, dificuldade para falar, mastigar e engolir, além de nódulos no pescoço. Deve-se procurar médico ou dentista para avaliação e orientação.
Nas lesões iniciais, o tratamento pode ser exclusivamente cirúrgico e com até 80% de cura. No tratamento dos tumores avançados é feita cirurgia associada à radioterapia, dependendo da localização do tumor, com alterações funcionais e estéticas mais graves e com redução do índice de cura. “A quimioterapia associada à radioterapia pode ser empregada nos casos mais avançados, quando a cirurgia não é possível, tendo resultado pobre”, completa Dra. Jossi.