Paulo Pinheiro projeta 2014 com justiça social e desenvolvimento

Dezembro 20, 2013

Ao assumir o cargo de prefeito de São Caetano do Sul em 1º de janeiro de 2013, o médico Paulo Pinheiro encontrou, logo de início, um rombo financeiro sem precedentes nos cofres públicos (os débitos deixados pela administração anterior somaram R$ 233.563.812,05 em restos a pagar e R$ 31 milhões em encargos sociais). Diante desse cenário, ajustes profundos necessitavam ser promovidos, como ocorrem em todos os primeiros anos de gestão, o que atrasou um pouco o plano de desenvolvimento a São Caetano proposto por Pinheiro.
Entretanto, em 2014, a população da cidade pode esperar um ano muito melhor, onde a bandeira da justiça social será erguida pelo chefe do Executivo, mas sem se esquecer de priorizar as áreas de Saúde, Educação e Segurança. Para tanto, Paulo Pinheiro já iniciou uma reforma no secretariado, no intuito de encaixar São Caetano nos trilhos do desenvolvimento.
Na entrevista abaixo, o prefeito discorre sobre novidades no ano que vem em diversos setores e ainda sobre realizações deste ano.

 

Jornal da Região - Prefeito Paulo Pinheiro, os moradores que passam pelo Bairro Mauá, ao lado do clube Águias de Nova Gerte, observam que existe uma unidade de saúde sendo construída. Diante disso, é possível saber quando o posto ficará pronto e se já estão definidas as especialidades que os munícipes terão à disposição?
Paulo Pinheiro - O povo de nossa cidade tem o direito de saber essas informações e é o nosso dever informar. Ali naquele terreno, que fica na Rua dos Castores, 60, estamos erguendo a Unidade de Pronto Atendimento 24 horas, que é popularmente conhecida como UPA, em parceria com o Governo Federal. Ela funcionará a partir de 2014 como um posto médico de complexidade intermediária, meio termo entre Unidades Básicas de Saúde e urgência hospitalar.
Projetamos que o local atenda, em média, entre 250 a 300 moradores sancaetanenses diariamente, em unidades de internação masculina e feminina, laboratório, raio-x, farmácia e emergência, entre outras. Aquela UPA vai nos ajudar a desafogar o Hospital de Emergências Albert Sabin. A população só sairá ganhando.

JR - E o Hospital São Caetano, prefeito, como está? Vemos aquele prédio tão histórico reaberto, mas quando ele vai voltar a funcionar com capacidade plena?
PP - A população de São Caetano do Sul merece ter aquele Hospital à disposição. E, para isso, nós estamos em tratativas para unir as esferas de governo Municipal, Estadual e Federal com os objetivos de ampliar e regionalizar o atendimento. O esforço aumenta a cada dia, porque queremos que a unidade hospitalar atenda sancaetanenses em cada vez mais especialidades e com qualidade. Só com os recursos do município não conseguiremos manter o custeio da unidade, por isso buscamos parcerias.
Em relação a regionalizar o Hospital, digo isso porque, só para se ter uma base, metade dos pacientes atendidos em nosso pronto-socorro municipal (Hospital de Emergências Albert Sabin) vêm das cidades vizinhas. Por isso da importância de se pensar dessa forma.

JR - Pesquisas mostram que a Educação é uma das áreas mais bem avaliadas de seu governo. Quais foram os destaques nesta área em seu primeiro ano de administração?
PP - A equipe da Secretaria de Educação começou 2013 com o desafio de tornar o ensino de São Caetano, que já era elogiado pela população, ainda melhor. Uma das primeiras medidas que tomamos foi dar mais autonomia para diretores e educadores, para que cada um desenvolva um bom trabalho em suas escolas. A Educação também está implantando um processo de fortalecimento do ensino, aumentando a cobrança e o nível das provas. Criamos ainda a Prova São Caetano, para avaliar de forma concreta o aprendizado dos jovens e descobrir quais escolas estão boas e quais precisam melhorar. Mas, em minha opinião, uma das grandes iniciativas de 2013 da Educação de São Caetano foi a criação da Escola de Pais, que incentiva a participação das famílias nas instituições. Isso foi muito importante para mostrar aos pais a importância deles serem mais presentes na vida escolar das crianças, acompanhando o aprendizado e cobrando bons resultados dos jovens e também das unidades estudantis. Esse movimento pode estimular uma melhoria muito grande no nível do ensino da cidade.

JR - A população de São Caetano tem aumentado nos últimos anos, por conta dos prédios que estão sendo construídos pela cidade. Como a Prefeitura está preparando a rede de ensino para isso?
PP - O aumento da população é um desafio para todos os serviços públicos de São Caetano. Na Educação estamos em tratativas para a ampliação da rede de escolas, com a construção de novas unidades para a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. Inclusive já compramos um terreno ao lado do Hospital de Emergências Albert Sabin, no Bairro Santa Paula, para receber provavelmente uma grande escola de Ensino Fundamental. E continuaremos buscando novas áreas para aumentar a rede, garantindo que nossas crianças e jovens tenham uma boa estrutura para fazer um bom papel nos estudos.

JR - Dados da Secretaria de Segurança do Estado mostram que em 2013 a criminalidade recuou em São Caetano. A que se deve esta melhora nos índices?
PP - Apesar do dever constitucional do Estado, a Prefeitura investe em Segurança, que tem sido tratada como uma das nossas prioridades desde o governo de transição. Antes mesmo de assumirmos o mandato criamos um núcleo de inteligência para identificar os problemas e traçar as estratégias para combatê-los.
Após a posse começamos a implantar os tópicos inseridos no nosso plano de governo, como a difusão da Cultura de Paz, a retomada de convênios com a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), do Ministério da Justiça, e o planejamento estratégico das rondas. Mas o que mais contribuiu para a redução da violência na nossa cidade foi a integração das forças de Segurança. Introduzimos um sistema compartilhado de atuação, com a soma dos esforços da Guarda Civil Municipal, da Polícia Militar e da Polícia Civil. Uma série de operações conjuntas foi realizada desde então, aumentando a segurança nas ruas e combatendo o crime de forma enérgica e estratégica.
Entretanto, o tema violência preocupa e a qualidade dos serviços não está no patamar que eu gostaria. Nós vamos investir em Segurança.

JR - A sociedade brasileira cada vez mais clama por ações e programas eficientes de mobilidade urbana. Em São Caetano, cidade 100% urbanizada, vemos que não há espaço físico para grandes obras viárias. Desta forma, como evitar o caos no trânsito e atender aos desejos da população?
PP - Com inteligência e criatividade. São Caetano passou por intenso processo de verticalização nos últimos anos e a mobilidade urbana é um dos setores que mais sofre com este crescimento desordenado. Por isso neste ano iniciamos a implantação do plano de sincronização semafórica dos principais eixos viários da cidade, cumprindo a meta do nosso plano de governo de promover a chamada onda verde. Dois pacotes de cruzamentos já receberam os ajustes. O principal deles, que concentra 21 cruzamentos, começa na Avenida Guido Aliberti e segue por todo o trecho de mão dupla da Avenida Goiás. Em alguns pontos, como nos cruzamentos da Goiás com a Avenida Senador Roberto Simonsen e com a Rua Manoel Coelho, houve redução de 60% do trânsito. O outro pacote corresponde a 13 semáforos instalados em corredores de interligação com outros municípios, como na Estrada das Lágrimas com a Guido Aliberti, próximo a São Bernardo. Lá a melhora foi tão acentuada que alguns motoristas chegaram a considerá-la um milagre. E já estamos coletando informações para iniciar em breve a sincronização de um terceiro eixo, no Centro. Vamos ajustar os semáforos de oito cruzamentos para que os motoristas acessem mais rapidamente o Viaduto Independência, que é a nossa principal ligação com a Avenida do Estado.

JR - Segundo o Censo 2010 do IBGE, a população de São Caetano do Sul com mais de 50 anos de idade é de aproximadamente 50.000 munícipes. Além disso, a expectativa de vida da população é de 78,2 anos, tornando, assim, São Caetano a cidade mais longeva do País. Como a Administração atuou em 2013 para assegurar qualidade de vida e saúde para o pessoal da terceira idade?
PP - A terceira idade sempre foi e sempre será uma das minhas maiores preocupações. Acompanhei a construção dos Centros Integrados de Saúde e Educação (CISEs), desde a fundação do CISE Moacyr Rodrigues, que completou 25 anos em 2013, até o mais novo, João Castaldelli. Trabalhei como médico no CISE desde o início, quando ninguém se interessava por essa área. São anos e anos de convivência e o carinho com esses meninos e meninas só crescem a cada dia. Neste ano, em especial, celebramos importantes vitórias nos CISEs. Em abril, no CISE Moacyr Rodrigues, inauguramos a Sala de Geriatria para atender de maneira mais adequada os idosos de São Caetano. Esse é um diferencial, uma vez que o número de profissionais geriatras no Brasil ainda é muito baixo – cerca de um geriatra para cada 5 mil idosos, quando o indicado é um para cada 1 mil. Além disso, reabrimos as piscinas dos CISEs Moacyr Rodrigues e João Nicolau Braido, e levamos, pela primeira vez, a hidroterapia aos Centros da Terceira Idade sancaetanenses. Nesses locais, os frequentadores dos CISEs também têm aulas de natação e hidroginástica – a Prefeitura oferece, ainda, aula de natação a crianças com deficiência no CISE João Nicolau Braido.
Enfim, são diversas atividades disponibilizadas como cursos de danças variadas, artesanato, idiomas, esportes, atendimentos na área de estética, viagens culturais, entre outras, que visam, além da socialização, a promoção da qualidade de vida. São Caetano é a cidade que é graças à dedicação, história e alegria do pessoal da terceira idade.

JR - Prefeito, recentemente o secretário municipal de Assistência e Inclusão Social Mário Chekin anunciou algumas ações frente à pasta visando promover a Justiça Social em São Caetano. Como funciona essa questão?
PP - Lançamos um novo programa social para 2014, que abrange a reestruturação completa de todos os subprogramas de apoio à população existentes em São Caetano. Assim, nós conseguiremos promover justiça social na cidade, que é um dos nossos grandes anseios. Agora, os benefícios sociais no município serão concedidos a quem realmente precisa, com critério. Com isso, nós aplicaremos os recursos com correção.

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