Editorial - Mobilidade Urbana é uma questão regional

Mai 11, 2013

Há algo de novo nas discussões sobre mobilidade urbana na região. Ao que parece, os atuais governantes estão mais sincronizados na articulação e elaboração de uma agenda de propostas objetivas para o setor, que atualmente é visto como um dos principais problemas da maioria das cidades.


O tema sempre esteve na pauta das administrações municipais, porém questões políticas-partidárias e, até mesmo, de “vaidade” de alguns gestores, emperraram os debates e a busca por soluções conjuntas. O assunto jamais foi a prioridade dos prefeitos que, invariavelmente, investiram em projetos e ações caseiras, sem nenhuma eficácia para a população do Grande ABC.
Nos últimos meses, porém, as movimentações sinalizam que há uma nova sinergia entre os prefeitos da região com relação às propostas de melhoria na mobilidade urbana, com a efetivação de projetos em parceria com os governos federal e estadual. Destaca-se, também, a participação do Consórcio Intermunicipal, que tem atuado de forma decisiva para união entre os municípios na elaboração de uma pauta conjunta de reivindicações.
Na semana passada, por exemplo, a região deu passos importantes no longo caminho para que sejam iniciadas as obras da Linha 18 – Bronze do Metrô, que vai ligar a Estação Tamanduateí, em São Paulo, ao Grande ABC, passando por São Caetano, Santo André e São Bernardo. No encontro com o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, foram acertados os detalhes sobre a nova linha, que transportará cerca de 325 mil passageiros por dia, quando estiver totalmente concluída.
Inclusive, os recursos para a construção da linha, segundo o secretário, já estão garantidos. A licitação deve ser publicada em julho e as obras devem ser iniciadas no fim de 2013 ou no começo de 2014. É indiscutível que os investimentos em transporte público de qualidade são fundamentais para solucionar os problemas de trânsito e, como consequência, proporcionar a melhoria da mobilidade urbana. Ainda, se configura numa proposta muito mais eficiente que as que contemplam tão somente intervenções viárias pontuais, que estão longe de ser a solução para o problema.
Outra ação que reforça a ideia de integração regional, que ocorreu no mês de abril, foi a apresentação do Plano Regional de Mobilidade Urbana à ministra do Planejamento, Miriam Belchior. A proposta elaborada pelos prefeitos contém 157 intervenções viárias na região. Neste caso, são obras estruturais para melhoria do trânsito, com investimentos federais estimado em R$ 7,8 bilhões.
Mobilidade urbana, por definição, é a capacidade de deslocamento de pessoas e bens no espaço urbano para a realização das atividades cotidianas em tempo considerado ideal, de modo confortável e seguro, o que, convenhamos, não é uma realidade na região. Por isso, é fundamental que haja a integração entre as
administrações, de modo que a solução para a questão seja pensada de forma mais eficiente e inovadora, colocando a qualidade de vida da população como prioridade de governo.

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