Pandemia devasta a Saúde e a economia de estados e cidades por todo Brasil

Mai 23, 2020
Pandemia devasta a Saúde e a economia de estados e cidades por todo Brasil

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A pandemia de coronavírus tem devastado estados e cidades por todo Brasil. Governadores e prefeitos reagem à crise de diferentes maneiras. Mas o que se vê é um País que, pouco a pouco, é assolado pelos efeitos negativos tanto na área da Saúde quanto na área econômica. Especialistas avaliam que o pós-pandemia continuará sendo um período difícil, que exigirá muito da população.
Os principais centros urbanos do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro, além de alguns Estados onde o surto de covid-19 já saiu do controle, como Amazonas, Pará, Pernambuco e Ceará, estão com os leitos de UTI praticamente esgotados. Os sistemas de Saúde são estrangulados dia após dia, em que os números de infectados e de mortos cresce exponencialmente. O último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde até o fechamento desta edição, de quinta-feira (21), informava que 1.188 pessoas haviam morrido por covid-19 em 24 horas. No total, o registro era de 20.047 óbitos pela doença no País. Com 3010.087 cidadãos contaminados. Dados alarmantes que devem piorar nos próximos dias.
A situação é ainda mais complicada pelo fato de, desde a entrada do vírus no Brasil, entre fevereiro e março, os governos federal, estadual e as cidades não terem um plano linear para enfrentar a pandemia. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro desdenha e minimiza os efeitos negativos do coronavírus, governadores e prefeitos tomam medidas, cada um a sua maneira, para combater a covid-19.

“Essa falta de conexão e integração é prejudicial para encarar uma pandemia, a qual ainda não existe solução”, afirma Fabio Eudes Leal, infectologista e professor da USCS (Universidade de São Caetano). Ele é um dos idealizadores do projeto de testagem domiciliar, realizado pela Prefeitura, por meio de parceria entre a USCS, a USP (Universidade de São Paulo) e a Secretaria de Saúde de São Caetano.

Pelo programa, os moradores com sintomas entram em contato com a administração pública por dois canais: o site coronasaocaetano.org ou pelo telefone Disque Coronavírus (0800 774 4002). Ao analisar os dados pessoais e clínicos da pessoa, uma equipe avalia a necessidade de levar até a casa do paciente o kit para teste domiciliar de covid-19. Isso evita deslocamento em busca de assistência médica de casos suspeitos, sem sinais de gravidade, diminuindo a circulação de pessoas infectadas e a propagação do vírus. O material coletado é enviado para o Instituto de Medicina Tropical da USP. O resultado sai em até 72 horas. Até quinta-feira (21), foram realizados 2.323 exames domiciliares, sendo 602 com resultado positivo, numa taxa de 25,9%.
São Caetano tem se destacado com programas e ações modernas inovadoras, preparou uma grande estrutura de leitos, tanto para casos de menor complexidade quanto de UTIs, além de centenas de outras medidas emergenciais. Foi montado um comitê de especialistas para dar diretrizes nas ações públicas, baseadas em dados técnicos, médicos e de organizações de Saúde. “É o diferencial da cidade, que tem enfrentado essa questão com seriedade”, afirma o infectologista, que faz parte do grupo.
Apesar de todas as medidas ao alcance do poder público, se mantido o cenário atual, de crescimento substancial de casos, a estrutura do município também vai passar por estrangulamento. Por isso é importante o isolamento social, com as pessoas em casa, para que o período de contaminação seja estendido e a velocidade de contágio seja controlada. Assim, o atendimento da demanda em hospitais possa dar conta de um atendimento adequado. É o método para salvar vidas
O fator econômico é outro que gera preocupação em governadores e prefeitos. No caso de São Caetano, a previsão é de que a receita caia R$ 130 milhões, o que corresponde a 11,5% do Orçamento calculado para 2020. É um mês a menos, com as mesmas – ou mais – despesas de 12 meses do ano. Com o comércio de serviços e produtos não essenciais fechado, o setor produtivo tem forte queda e o desemprego sobe. A retomada no pós-pandemia será lenta. Tempos difíceis para um País que no início do ano, antes da pandemia, vinha num panorama positivo, de crescimento.
Um cenário que é e será desafiador e exigirá liderança política e decisões técnicas, com padrão elevado de gestão pública.

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