O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TER-SP) decidiu, na quinta-feira (19/07), mandar à Justiça Eleitoral de São Caetano do Sul a denúncia feita pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra o prefeito José Auricchio Júnior e seu vice, Beto Vidoski (ambos do PSDB), por crimes supostamente cometidos na eleição de 2016, quando foram os vencedores.
De acordo com o Tribunal – que não julgou o mérito do processo –, Auricchio ainda não era o prefeito da cidade quando supostamente teria recebido doações ilegais para a campanha. A solicitação para o envio para a primeira instância foi de Waldir Sebastião Nuevo Campos Junior, vice-presidente do TRE e relator do processo. Os demais desembargadores acompanharam o voto.
O caso - O envolvimento de José Auricchio Júnior (PSDB) no esquema de campanha foi descoberto durante a investigação da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) que resultou na cassação do mandato do vereador da capital Camilo Cristófaro (PSB).
De acordo com o Ministério Público, foi constatado que tanto os R$ 293 mil reais recebidos por Auricchio (PSDB), quanto os R$ 6 mil reais doados ao socialista, partiram de uma mesma doadora, Ana Maria Camparini Silva.
Para o juiz eleitoral há indícios de que a mulher foi usada como laranja ou que houve um esquema de caixa dois. Além de Cristófaro (PSB) e Auricchio (PSDB), também foram beneficiados os candidatos a vereança Luiz Vencigueri com R$ 57 mil reais e Roberto Vagner Ribeiro Barbato com R$ 39 mil reais, ambos filiados ao PSDB de São Caetano e que não foram eleitos.
O Ministério Público contestou as doações após atestar a incapacidade econômica da doadora. Em 2015, Ana Maria Camparini Silva não declarou renda, nem bens à Receita Federal e estava registrada como desempregada no Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged).
Segundo as investigações, os crimes foram cometidos por intermédio da empresa Globo Contábil e do proprietário da empresa, Eduardo Abrantes, que “se utilizou de funcionários e de familiares para camuflar os recursos destinados à campanha”.